segunda-feira, abril 14, 2008

Luz Silenciosa

Imagem retirada de http://luzsilenciosa.blogspot.com/

O último filme de Carlos Reygadas demonstra uma maturidade de visão espantosa neste conto hipnotizante de amor e de traição que tem como pano de fundo a comunidade pastoral menonita do norte do México. Luz Silenciosa conta a históriade Johan, um homem casado que, contra as leis da sua fé e as crenças tradicionais, se apaixona por outra mulher enfrentando assim um dilema interno, o de trair a sua mulher, a qual amou, e romper desta forma a estabilidade aparente da comunidade ou sacrificar o seu amor verdadeiro e felicidade futura. Filmado de uma forma sublime, inteiramente na comunidade menonita mexicana perto de Chihuahua, Luz Silenciosa abre com o que é discutivelmente o plano único mais notável do ano, a aurora a despontar numa paisagem rural. O controlo da imagem e som de Reygadas confirmam a sua posição como um dos autores de cinema mais distinguidos.
Retirado do dossier Atalanta Filmes: Luz Silenciosa


Se dizer que para alguns cinéfilos este filme foi um longo bocejo, não estarei a fugir muita à verdade. A obsessão pela forma gerou situações de abandono compulsivo na sala. Pessoas que saíram a grande velocidade como estivessem a fugir sei lá do quê!

O meu veredicto: não estamos na presença de uma obra-prima, no entanto há passagens bem significativas que merecem alguma reflexão.

O Homem tem poder para determinar o seu destino, apenas usando o que existe?

Mas é última instância é nos dada a lição que o amor altruísta jamais é intrusivo. Mulher sôfrega sem legitimidade para pedir e não largar o que não é seu por convenção. A desdita “cabra”.

O Johan descobre a sua alma gémea, mas em si no filme não é mostrado um plano de intimidade entre estes dois amantes. Há o banalizado enlace sexual, que é pouco para definir uma relação harmoniosa que não seja a antecâmara do esquecimento passados uns meses.

Mais pertinente é o dilema amor versus paz. A desenvolver por mim agora.

Muitas mudanças e convulsões sociais geraram precariedade e mesmo algum sofrimento, na lógica do enamoramento ainda temos a nota de culpa. Estes são os grandes temas deste filme: a culpa e remorso e o arrependimento.

A resignação é uma via de paz… má? boa? É caso para dizer que sem ti não se vive, ou contigo também não se vive! É um dado viciante, pois evita-se o incómodo do remorso e até um certo desconforto. Mas deste modo é possível: uma bela e temperada desesperança tomar conta das ocorrências da nossa vida. O que fazer? A tal dúvida sistemática, o incómodo e solidão.

Sem procurar generalizar, até porque no mundo dos afectos é uma má abordagem, poder-se-á que é de princípio mor manter uma certa elegância e estilo a par com a capacidade de surpreender mesmo passados 500 mil anos. Se o outro mesmo numa situação tão favorável mesmo assim quer ir em debanda é porque alguma coisa está ainda mui podre no reino da Dinamarca.

Já na nos últimos minutos da fita é visto o sacrifício como prova suprema de amor, alguém renuncia para poder ainda mais amar. Todo o sentido a comparação com o bucolismo rural, onde um germinador de vida também é a luz. E veio a noite…

O filme italiano Baunilha e Chocolate é a ligação perfeita esta Luz Silenciosa. Formiga


Ver videos:

Luz Silenciosa: STELLET LICHT

Baunilha e Chocolate: Vaniglia e Cioccolato


quinta-feira, abril 03, 2008






O Dia Internacional do Teatro celebra-se a 27 de Março.
Neste dia (noite) no Chapitô conheci a grande Senhora do mundo do espectáculo: Teresa Ricou. O saber bem-fazer e o bem saber receber nesta casa com quase 30 anos é uso e costume.
No Bartô as amigas de Formiga ficaram em local privilegiado para assistir ao último espectáculo da noite com Deborah Kristal.
Para conhecer mais acerca do Chapitô e a sua faceta social, também como uma instituição de solidariedade, ver aqui: Artigo de Jornal
A noite começou com uma coregrafia de dança com forte e denso simbolismo e depois o actor Bruno Schiappa e o músico Pedro Fontaínhas estiveram no (I)mortal, um espectáculo ao som de piano com boas canções e poesia com um sentido antropológico interessante.


A grande convidada da noite foi Adelaide João, actriz com muito relevo na história do teatro português.
Também foi possível vislumbrar mais gente do teatro, entre vários, o conhecido actor Miguel Melo (Batanetes).
Momento solene foi a leitura da mensagem do Dia Mundial do Teatro pela actriz e encenadora do Teatro Sensurround, Lúcia Sigalho.
Mensagem de Robert Lapage

(…) ---> clicar para ver o texto na integra