domingo, junho 18, 2006

Feist



Leslie Feist é natural de Calgary, no Canadá e foi no liceu que abraçou a música como modo de vida. Depois de ter vencido um concurso de bandas, a ex-vocalista dos Placebo teve o seu primeiro espectáculo assegurando na primeira parte dos Ramones.Durante os cinco anos que se seguiram, Feist andou em digressão com os Placebo pelo Canadá, um período bastante intenso que culminou no afastamento da cantora devido a problemas vocais.Enquanto andava em digressão com a sua recente banda, Feist dedicou-se também ao seu primeiro trabalho a solo, «Monarch Lay Down Your Jewelled Head». Entretanto, travou conhecimento com Peaches, com quem andou em digressão aquando do lançamento do álbum de estreia de Peaches, «Teaches of Peaches».«Let it Die», o segundo álbum de Feist nasceu em meados de 2004,sendo que o single «Mushaboom», entre outras grandes músicas, circularam nas rádios portuguesas com alguma frequência.

In Universia, Portal dos Universitários adapt.

quinta-feira, junho 15, 2006

A vida é uma viagem

“Que fazia ele no decurso desta jornada? Em que pensava? Via passar, como pela manhã, as árvores, os tectos de colmo, os campos cultivados, e o desaparecer rápido da paisagem, que se desloca em cada cotovelo do caminho. É uma contemplação que satisfaz a alma, e quase a dispensa de pensar. Ver mil objectos pela primeira e última vez. Há aí coisa mais profundamente melancólica? Viajar é nascer e morrer a todo instante. Talvez ele, na região mais vaga do seu espírito, fizesse paralelos entre horizontes cambiantes e a existência humana. Todas as coisas desta vida fogem de contínuo diante de nós. Após um deslumbramento de luz, um eclipse, as trevas; olha-se, corre-se a toda a pressa, estendem-se as mãos para agarrar o que passa; e o que passa vai, e as mãos ficam vazias; cada acontecimento é um dobrar de ângulo de estrada, e de repente somos velhos. Sente-se como que um abalo, afigura-se tudo negro, distingue-se uma porta escura, e esse sombrio cavalo da vida, que nos arrastava, pára de súbito. E vê-se um ente desconhecido, coberto com um véu, a desatrelá-lo nas trevas.”

Victor Hugo, in Os Miseráveis

domingo, junho 11, 2006

O Formiguinha em acção numa papelaria

Numa manhã de sábado como outra qualquer fui a uma papelaria perto da minha casa. E como sempre o atendimento naquele estabelecimento é demoroso, no entanto é muito individual e pessoal.
As pessoas conhecem-se entre si bastante bem e formam uma rede social interessante.
Diz-se que é feio ouvir as conversas dos outros, mas isso é entre seres humanos, já que ninguém adivinhava que o formiguinha estava em acção.
A conversa que aqui se relata é entre a dona da papelaria e uma cliente que desabafa as suas mágoas do dia anterior. Para se não perder o fio de discurso decidi colocar unicamente o discurso da cliente e começa assim:
- Ontem ele conseguiu fugir (dum hospital psiquiátrico que não coloco aqui o nome por opção), apanhou o barco e veio a pé até casa.
Ainda tenho as pernas a tremer… chamei a policia. Ele ainda me pediu dinheiro e eu dei. E clamou: - Oh mãe porque não me vais ver!?” – Como eu pudesse ir lá com a minha saúde... Vá lá que os polícias o convenceram a ir e não foi preciso vir a ambulância…
Nesta semana o marido de uma pessoa que vê o Formiguinha todos dias também foi internado num hospital psiquiátrico, e uma colega saiu de lá, no entanto ainda não recuperou e continua de baixa.

quarta-feira, junho 07, 2006

O vizinho

Meio-dia e meia do 7-06-2006, ainda está o meu recém-falecido vizinho em casa.
Foi um pouco antes da 8:00, num dia normal, a tomar o pequeno-almoço e a ver tv, tremeu e morreu…
A família num pranto anunciou sua morte, a minha mãe acudiu, nada havia a fazer. Os outros vizinhos apareceram no apoio solidário.
No mesmo andar há poucos meses tinha desaparecido outro vizinho vítima de doença prolongada.
A nossa comunidade de 13 vizinhos perdeu dois dos seus membros em pouco tempo. Venham melhores dias...

sábado, junho 03, 2006

Meu Deus Redentor



Meus Deus Redentor, são tão fortes estes abismos...
Assento a mão na crosta recrudescente, num êxtase sagrado, escavo fundo até ser ravina (a distância) entre nós.
Uma voz refém da terra, deixa ao clamar pelo Pai a sua nudez e lágrima partilhada, o anúncio da vontade te erguer.
As tantas jornadas enjeitam uma história, e definham os passos perdidos, somos todos Teu, conseguiremos reaver o além destino.