Jacques Lacan, em 1958/59, no Seminário
Lacan mostra como funciona a relação do sujeito
Para compreender o universo shakespeariano à luz do pensamento de Lacan existe um livro da Editora Assírio@Alvim: Shakespeare, Duras, Wedekind, Joyce
Da Escola Lacaniana Brasileira e sobre Hamlet este texto revela carácter de excelência: TEXTO
Opinião de formiga acerca de Hamlet em cena no Teatro Municipal Maria de Matos:
Se nos abstrairmos das palavras, da peça e vermos só a cena em si onde Hamlet conversa com sua mãe é possivel perceber que nesta encenação não é sentida a tal proximidade excessiva, incomoditiva, onde existe o tal vinculo erótico.
Na sala Almeida Garret, no D. Maria II, Hamlet, não só repelia de forma convicta a sexualidade da mãe como manipulava o seu corpo, num diálogo mais intimo e menos repleto de convicção.
Parecia um Hamlet mais frágil, mais tonto, menos maquiavélico.
O simulacro na relação com a Ofélia constitui realidade.
O subjectivismo da pessoa pode conter todo o amor, mas se a discrepância entre o discurso proferido e as respostas observáveis, for elevada poder-se-á concluir que: NÃO. Ofélia nunca foi amada pelo Príncipe da Dinamarca. No fim da história é o arrastamento moral da perda que leva à falsa retroacção de um amor. Qual é o sentido do combate com Laertes? O contexto de amor proferido não serviria para evitar tal combate?
O discurso abrasivo e de ruptura (feito a Ofélia) é um simulacro de desamor? Ou é realidade perene e consistente?
O simulacro nunca é o que oculta a verdade
- é a verdade que oculta que não existe,
O simulacro é verdadeiro.
O Eclesiastes
... e depois a ausência do pai e do amado, e talvez a predição de uma conjectura ainda mais céptica, falha,leva Ofélia ao suicídio. No filme "Per Siempre" do cinema italiano, o único acontecimento: é ausência pelo silêncio. A personagem morre mas de doença, uma doença quase consentida, enfim deixa-me morrer. A culpa trespassa-se através da expressão de um amor à posteriori.
Na peça de William Shakespeare é o ambiente de conflito de denominação de homem sobre a mulher que determina tamanha vulnerabilidade de Ofélia, incapaz de resistir ao choque e adaptar-se a novas realidades.
O lugar 4 da fila A tem os seus privilégios, tais como ficar em zona frontal no momento que antecede o encontro furtivo com Hamlet, onde Ofélia rezava. Também uma bela oportunidade de perceber a capacidade de actriz Ana Lúcia Palminha no trabalho da expressão de rosto. Parecia o acaso, tamanha a naturalidade.
Ainda a referir o sempre usado jogo de espelhos, 7. E a questão em off "Quem está aí?" Somos nós. Sobre a peça encenada por João Mota existe um bom artigo na Revista Visão.
Sumário para consulta (online):
Jacques Lacan - Biografia e Bibliografia
Lacan - Cronologia
Shakespeare, Duras, Wedekind, Joyce - livro acerca do o universo shakespeariano.
TEXTO - Maria Thereza Ávila Dantas Coelho - Escola Lacaniana brasileira
Teatro Municipal Maria de Matos - sinopse
"Per Siempre" - filme italiano
Revista Visão - documentação especifica sobre a peça na consulta desta revista.
Referências bibliográficas:
O texto da Bíblia, de Eclesiastes: foi retirado da página 7 do livro "Simulacração e Simulação" de Jean Braudrillard.
1981 Simulacração e Simulação. Relógio d' Água, Colecção Margens, 1º ed.
3 comentários:
Tenho andado um pouco ocupada.
Mas voltarei para ler com calma esta postagem e responder ao seu mail.
Tia
Li com atenção. O Sérgio é mesmo um "estudioso" da matéria!!
Livários artigos de jornais como: Expressso, Diário de Notícias, Público e Jornal de Letras mas não vi a Visão.
Vou tentar descobrir esse artigo. Gosto de guardá-los.
Cumprimentos.
Tia
...também fui ver a peça com o nosso amigo Sérgio, e adorei...a peça e a companhia. Não esperava outra postagem sobre esta peça que algo assim ,tão bem estruturado e focado...como sempre, uma boa focalização e uma crítica óptima,muito construtiva.
Jinhos
Beta
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